outubro 29, 2011

A direita brasileira mostra sua cara. #ForçaLula

O Brasil recebeu estarrecido a notícia da grave doença de Lula. Mais estarrecido ainda, acompanhou a rapidez com que os grandes veículos de comunicação espalharam a notícia e correram chamar seus comentaristas de primeiro escalão para uma celebração velada, porém desprovidade qualquer ética ou respeito. Nas palavras de Luis Nassif, brilhantemente veio a definição do que estamos acompanhando na mídia neste triste dia: É selvageria em estado puro".

No twitter, estamos acompanhando uma igualmente rápida comoção da sociedade de bem, com diversas frases de apoio direcionadas à Lula. A hastag #ForçaLula está dominando os TT's durante todo o dia. Nada que não esperássemos de uma sociedade que vê em Lula a imagem de um grande pai, aquele que durante anos defendeu seus milhões de filhos como nunca antes na história desse país.

E justamente nesta hora em que o Brasil se úne em torno do apoio à Lula, é de se imaginar que do alto da racionalidade humana, os lados políticos raivosamente opostos deixem de lado suas disputas e juntos somem forças na torcida pela vida de uma pessoa. Mas como disse Nassif, "é selvageria em estado puro".

E esta selvageria se personificou na figura de um mosntro chamado João Antônio Cardoso, presidente da Juventude do PSDB da cidade de Santo André, SP. Não sei se é correto dar ainda mais voz a esta aberração digna apenas de todo o asco, nojo, repúdio possíveis. Mas o faço porque, por mais revoltante e asqueroso que sejam suas declarações, a sociedade tem obrigação de tomar conhecimento. Mais ainda, tem de enxergar a verdadeira faceta da direita brasileira, escancarada hoje por um de seus representantes. Via twitter, espalhou seu ódio:

•    “NÃO TO FELIZ NADA... SE ESSE PORRA MORRER VAI VIRAR MARTIR E BRASILEIRO IDIOTA VAI VOTAR NO PT POR CAUSA DELE”.

•    “ASSINOU O ATESTADO DE CACHACEIRO RT @UOLNoticias Tumores na laringe têm relação direta c/ tabaco e bebida, diz médico”.

•    “hahaha #LulalánoSUS RT @JoaoCardosoPSDB: QUE O LULA VENÇA O CANCER, PQ PRO FERNANDO HENRIQUE ELE PÉRDEU 2 VEZES KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK” .

•    “Gente, eu não gosto de desejar a desgraça pra ninguem, mas se o LULLA ficasse sem falar ia ser mto bom pros nossos ouvidos rsssssss”


É simplesmente lamentável presenciarmos  este tipo de coisa. Mas é necessário espalharmos essas declarações para o máximo de pessoas possíveis, já que a mídia golpista não o fará. Pelo contrário, veladamente estará compartilhando as idéias deste monstro nos seus comentários e noticiários.

Se dizem que há males que vem para bem, podemos dizer que o mal da doença de Lula, já constatada como em estado inicial, perfeitamente curável sem sequelas, serviu para unir mais ainda a sociedade brasileira em seu apoio, demosntrar a força gigantesca que seu nome carrega. E serviu também para desmarcarar definitivamente a direita brasileira, acabar de uma vez por todas com as dúvidas dos que ainda se deixavam levar vez ou outra por discurssos bem comportados e politicamente corretos, do tipo "o que o povo quer ouvir".

Essa é a monstruosa e verdadeira face da direita brasileira. Repúdio total a ela!!!!

Lula, estamos e estaremos sempre ao seu lado!!!  #ForçaLula

Globo, Veja, Folha e Estadão: O partido mais sujo da oposição

Do blog Terra Brasilis

Desde que tomou o governo de São Paulo, o PSDB lava as mãos dos Frias, Mesquitas e Cívitas que, em retribuição, também lavam as mãos dos tucanos fazendo-se de mortos para sua incompetência administrativa. A cartilha da máfia midiática reza que nunca houve picaretagem com empreiteiras em São Paulo, nem acumulam-se nas gavetas as denúncias de fraudes milionárias em licitações para obras do Metrô, Rodoanel e mais recentemente o escândalo da venda de emendas na Assembléia paulista.

Serra ou Alckmin ou Serra ou Alckmin (dependendo da gestão) compram milhares de assinaturas anuais do PiG que distribuem em toda a rede estadual de ensino. A esse mesmo destino seguem milhões de bugigangas editoriais travestidas de paradidáticos, compradas do “Vou derrubar a Dilma“. É o mínimo que o governo paulista pode fazer para amenizar a mingua das verbas de propaganda institucional do Governo Federal que, a partir de Lula, deixaram de ser canalizadas para o PiG e passaram a borrifar 8 mil veículos de comunicação de norte a sul do país.

Já os professores do ensino público paulista são tão bem remunerados, que não precisam de três empregos somando uma jornada de 16 a 18 horas diárias para por comida na mesa de suas famílias. Assim, sobra-lhes tempo para desfrutar da leitura do PiG deles de cada dia. Se você não entende porque recebem Folha e Estadão – já que ambos sempre trazem leitura idêntica dos fatos – saiba que há, sim, “importantes diferenças” entre os dois calhamaços de papel borrado: horóscopo, quadrinhos e receitas. Já em relação à Veja, Época e IstoÉ, as fotos fazem a diferença. Caras é indispensável para que se saiba de tudo sobre as festas das elites e os casamentos dos atores da Globo. Basicão, entende?

A essa extraordinária audiência das repartições públicas que os jornais e revistas do PiG garantem em São Paulo, soma-se a do assinante e a do comprador de exemplares avulsos. Cidadãos de “consciência política aguçada”, quase sempre dispensam o restante do jornal para se concentrar no valioso caderno que trata de política – particularmente nas páginas que tratam da nacional. Adoram ler as notícias repetitivas ou requentadas que atacam o governo federal todos os dias. E como raramente aparecem matérias feitas por jornalistas de verdade, esses leitores não percebem como essa categoria está ultrapassada no Brasil e seu compromisso com a verdade é um hábito em desuso desde 1964.

O leitores paulistas do PiG andam sempre “calmos e bem dispostos”. Seja antes ou depois de desfrutarem o “passeio” de hora e meia, em média, pelas ruas e avenidas da cidade, na ida ou na volta ao trabalho – não vêem a hora de se debruçarem sobre os colunistas e editorialistas que exercitam “diversidade e pluralidade” de opiniões de dar inveja aos melhores jornais e revistas do mundo.

Mas nem tudo são flores. Apesar do espetacular e patriótico serviço prestado ao Brasil, os jornalistas e seus donos não cansam de se perguntar: “Espelho, espelho meu, porque a maioria da população brasileira não dá a mínima para meu trabalho – como gritaram as urnas nas últimas 3 eleições? O que devo fazer para derrubar presidentes em pleno século 21″

“A verdade está no bolso do povo” – responde o vidro. “Brasileiros de norte a sul, estão muito mais interessados em usufruir do bom momento econômico e das transformações sociais que insistem em melhorar suas vidas. Para eles – prossegue o espelho – vale o ditado do vovô: em time que está ganhando, não se mexe”.

Alguns psicólogos desconfiam que o povão tem com seus botões que desde que inventaram a política, a prática de corrupção faz parte do seu DNA. O povão também não engole a idéia de que o corrupto do outro lado da cerca é mais corrupto que o corrupto do lado de cá. “Além disso – diz a sabedoria popular – a presidenta não dá moleza, demite suspeito de corrupção sem dó”.

Enquanto as baratas tontas da oposição decadente, sem rumo, sem projeto e sem candidato, tramam junto ao seu partido midiático o próximo ataque ao país, o brasileiro contabiliza de forma simples e concreta, tudo que este governo lhe faz de bom. De nada adiantarão os chiliques histéricos do bonequinho baiano do DEM, partido, que por sinal é medalha de ouro e recordista nas olimpíadas da corrupção.

Terão que derrubar o país, para que a presidenta caia junto

E para quem não percebeu ainda, já estamos em plena campanha eleitoral. O inimigo imediato da oposição é o ministro da Educação, forte candidato à prefeitura de São Paulo. Os abutres do jornalismo de esgoto já estão salivando em torno do ENEM…

outubro 25, 2011

A selvageria no jornalismo

Por Luis Nassif, em seu blog


O vale-tudo da informação chegou a um ponto sem retorno.

Historicamente, as jovens gerações de jornalistas entram com todo gás, querendo fazer carreira e, para tanto, seguindo os critérios de avaliação das direções. Se os critérios são tortos, forma-se uma geração torta. Foi assim com o rescaldo da campanha do impeachment, que consagrou os profissionais que mais atentaram contra os princípios jornalísticos, os que mais inventaram notícias, que se apossaram de matérias de terceiros.

O momento atual é o mais escabroso da moderna história da imprensa brasileira.

Na transição de gerações, existem os jornalistas experientes, servindo de referência e de moderação para os mais apressados. Cabe a essas figuras referenciais ensinar os limites entre jornalismo e ficção, o respeito aos fatos e as técnicas que permitam tornar as matérias atraentes sem apelar para a ficção ou para os ataques difamadores. Principalmente, cabe a eles mostrar os valores universais da civilização, o respeito ao direito sagrado da reputação, o pressuposto de que as acusações precisam vir acompanhadas de provas ou indícios relevantes, o direito de se ouvir, sem viés, a defesa do acusado, o uso restrito do jornalismo declaratório.

A questão é que esse meio campo está com lacunas.

O episódio Orlando Dias mostrou jornalistas consagrados, que deveriam fazer o contraponto, ajudando a criar o clima de expectativa em cima das capas de Veja. São jornalistas que estão fartos de saber que a revista não segue princípios jornalísticos, que mente, difama, blefa, que promete provas que nunca aparecem. Mas não se pejaram de aproveitar o embalo para atacar adversários históricos.

Outros jornalistas, com história e credibilidade, preferiram recolher-se ao seu próprio trabalho, pela notória impossibilidade de remar contra uma tendência irreversível de consolidação do jornalismo de esgoto.

Fazem bem em se poupar e não tentar remediar o irremediável.

outubro 15, 2011

Porque Globo e Veja não denunciam a corrupção do PSDB em SP

Estamos presenciando hoje mais uma tentativa do PIG de desestabilizar o governo Dilma Roussef. Mais uma vez a mesma sistemática se repete: A Veja traz na capa mais um "suposto" escândalo envolvendo gente do governo, logo em seguida, o UOL/Folha exibe em sua página principal, em fonte negritada, a denúncia lançada pela Veja. E como sabemos, não para por aí. Quem tiver estômago e assistir o JN de hoje, verá logo após o "Boa Noite" do Bonner, a repercussão da mesma denúncia.
Até aí, nada de novo. O Código de Ética da Globo exige que a emissora denuncie todo e qualquer tipo de mal-feito contra a sociedade, independente da esfera no qual ocorra. Novamente, nada de novo.
Partindo-se deste presuposto, seria normal se há duas semanas atrás o JN iniciasse sua edição trazendo ao público a denúncia de venda de ementas parlamentares na Assembléia Legislativa de SP? Ou então a revista Veja exibisse na sua capa a foto de Geraldo Alckim como chefe do "suposto" (palavra que esta revista adora) esquema de corrupção? (Assim chamou Lula nas diversas vezes em que publicou "supostos" esquemas de corrupção, mesmo qe envolvendo gente completamente distante do então presidente)
Tal recurso seria bem apropriado se usado em uma eventual capa denunciando o escândalo tucano em SP. O PSDB governa o estado há 17 anos e desde o início transformou a Assembléia Legislativa em uma verdadeira caixa-preta, com complacência e apoio dos quadros tucanos que já ocuparam o cargo, não ficando fora desta lista, é claro, Geraldo Alckmim.
Mais do que isso. Alckmim, durante sua primeira passagem pelo governo, montou uma verdadeira tropa de choque na ALESP que, em 6 anos, conseguiu barrar a instauração de 63 CPIs; mais de 10 CPIs barradas por ano; praticamente 1 CPI barrada a cada mês de governo.
Não nos surpreende que este mesmo Alckmim está agora lutando com todas as suas forças para barrar a CPI da Venda de Emendas Parlamentares, que está há duas assinatuas da instauração. Veio a público unicamente para desqualificar a denúncia, feita por um próprio parlamentar que habita os cândidos corredores da ALESP há vários anos, e transferir para este parlamentar a denúncia e o foco da grande mídia.
Cabe neste ponto responder a pergunta que fiz logo acima. O que fizeram Globo, Veja, UOL/Folha ?? Absolutamente nada. Não se viu ação alguma destes para denunciar este escândalo. Nem isoladamente, muito menos orquestrada, como fazem com denúncias contra o governo federal por exemplo, normalmente aos sábados. Pelo contrário, unicamente o que se viu foi a repercussão da fala covarde de Geraldo Alckmim abafando mais um escândalo.
E quanto à CPI da Venda de Emendas Parlamentares, esta vai ser instaurada?? Se depender de Alckmim e da sua tropa de choque, com certeza não. Mas caso um certo PSD cause mais estragos na bancada tucana e faça brotar mais duas assinaturas, a outra tropa de choque, bem mais poderosa e estruturada, não deixará que esta notícias chegue aos jornais, telejornais e revistas. 
Se esta CPI acontecer, é muito provável que, numa infeliz coincidência, a capa da Veja esteja ocupada com outra reportagem sobre o Facebook ou remédios emagrecedores, enquanto o JN resolva dar mais espaço para o Galvão Bueno falar da seleção brasileira ou da Fómula 1.

A ética da Globo, segundo Jô Soares

Recentemente, a Globo divulgou em horário nobre no JN o seu Código de Ética. Ironicamente, nada do que foi dito algum dia chegou a ser cumprido.
O vídeo abaixo retrata perfeitamente este fato. Durante a entrega do Troféu Imprensa de 1988, Jô Soares, que acabara de deixar a Rede Globo, lê um artigo duríssimo no qual retrata as práticas "éticas" da emissora. 

Programa Eleitoral Gratuito (?) do PSDB: Mais do mesmo, de novo

Por Brizola Neto, no blog Tijolaço


O programa do PSDB que foi ao ar agora esta semana foi de doer. Parece que os marqueteiros jogaram a toalha, mesmo.
O início do programa ressuscita Fernando Henrique, com a autolouvação do seu governo e uma meia crítica ao PT -  que seria contra tudo, mas depois teria feito igual.
De fato, não consigo imaginar um ataque mais duro que FHC possa fazer a alguém do que compará-lo a si mesmo.
Depois, entra Serra, enfadonho e raivoso. E Sérgio Guerra. E Álvaro Dias. É dispensável fazer comentários, não é?
Na hora do jantar, imagine…
O programa termina com uma série de “the famous who” ( o famoso quem?).
Antes dele, entalado num “limbo de audiência” – porque os níveis mais altos são o início e o final do programa, quando o pessoal volta para ver a TV – vem Aécio Neves. Triste, carrancudo, vira locutor de luxo das obras dos governadores do PSDB, que o escondem da tela. Aliás, quando some da tela para continuar em off, o corte mal feito o faz parecer estar dando uma “beiçada” para a câmara.
Não consigo entender o que pode levar uma pessoa cujo maior apelo eleitoral deveriam ser a juventude e a afabilidade, a capacidade mineira de conversar, a escolher  aparecer assim e não numa conversa com o telespectador.
Aécio, que tinha tudo para surgir como a renovação tucana, como algo diferente daquele ar de  museu de cera da turma do FHCerra, falando em progresso, em desenvolvimento, em unir o país, acaba arrastado para, como dizia o personagem do Chico Anysio, para “o aquém do além, donde que véve os morto”.

outubro 06, 2011

Motivos para não ter Zé Serra em seu partido

Por Luis Nassif

Há uma lista infindável de fatores que desaconselham o PSD a receber José Serra.
O primeiro, é que Serra não tem nada a oferecer.
Certa vez, nos anos 80, Guilherme Afif Domingos – um dos melhores quadros políticos da direita – me esclareceu a respeito da capacidade de Paulo Maluf em arregimentar seguidores: “Ele tem credibilidade no mercado político futuro”, disse ele. A credibilidade decorria de dois fatores: tinha potencial político e cumpria a palavra empenhada.
Serra não tem mais futuro político nem se distingue pela lealdade partidária e pessoal. Na verdade, é um ególatra altamente desagregador – conforme o PSDB está testemunhando.
O segundo fator é a falta de discurso político.
Um partido vive de bandeiras. Desde início dos anos 90 Serra é um vazio cercado de ghost writers – que já debandaram. Não tem noção mínima sobre nenhum dos temas portadores de futuro: gestão, inovação, educação, desenvolvimentismo. Sua retórica atual consiste em analisar qualquer ato de governo e apontar o que a medida não contempla – recurso de um primarismo intelectual clamoroso -, com uma superficialidade tal que é incapaz de entender as contraindicações das medidas que abraça por efeito-oposição.
Hoje em dia, a imagem de Serra está indissoluvelmente ligada ao obscurantismo religioso, à intolerância, à dissimulação, tudo o que o PSD quer esconjurar para se firmar como um centro-direita civilizado.
O terceiro fator é a incapacidade de agregar mais quadros técnicos ao partido
Kassab já tem o que queria, os quadros tucanos que Serra legou quando deixou a prefeitura. E que continuarão com ele simplesmente porque Serra não lhes oferece mais nenhuma perspectiva política.
Por outro lado, o que menos Kassab deseja é a volta dos quadro barras-pesadas que fazem parte do círculo íntimo de Serra – como Andrea Matarazzo e a ex-vereadora Soninha Francine. Nos tempos em que assumiu a subprefeitura da Lapa, Soninha tinha o hábito de desfeitear Kassab na frente de outros subprefeitos, para mostrar que estava acima dele e do lado direito de Deus Pai – Serra. O mesmo comportamento, aliás, de Andréa.
Além disso, quando a campanha eleitoral desnudou o político infame que era, Serra perdeu também qualquer capacidade de aglutinar pensadores social-democratas ligados à Universidade, sem nunca ter conseguido convencer os pensadores mais conservadores.
As ligações com Serra tornaram-se tão comprometedoras que o próprio FHC teve que se afastar dos seus maus fluidos, para não afetar definitivamente sua imagem.
O quinto fator é que a influência de Serra sobre a velha mídia é declinante. Ele nada mais tem a oferecer além de dossiês sobre adversários, esquemas de espionagem e aliados incômodos.
Como não existe vácuo em política, em breve a velha mídia estará caminhando rumo a Aécio Neves ou outro pré-candidato que venha a preencher o espaço da oposição.
Por tudo isso, o habilidoso Kassab certamente já deve ter definido sua estratégia. Não se afasta formalmente de Serra, aguardando que as próprias indecisões dele o confinem e a seus seguidores ao seu espaço político real, que não é maior que uma Kombi.

O comércio de emendas na Assembléia Legislativa de SP

Por Neila Batista, no Blog da Neila

Quando Roberto Jefferson anunciou (em 2005, à reporter Renata Lo Prete) a distribuição de “mesadas” a deputados para que votassem em projetos de iniciativa do Governo Lula, o mundo parecia que ia acabar. Todos os jornalões reservaram suas manchetes e espaços mais nobres ao tema. A revista Veja produzia matérias e capas cada vez mais escandalosas e mais fantasiosas.
Ao final, o “mensalão” tornou-se um exemplo de “atalho cognitivo”: algo que servia para designar qualquer coisa contra o PT, Lula e o governo por ele presidido.
O STF agora vai julgar o caso de supostas mesadas, sem que o objeto da causa corresponda à matéria do “crime”. Havia a palavra de Jefferson alertando que isso acontecia, mas não há – de fato – prova material, documental ou circunstancial de que algo semelhante estava em andamento. Aliás, em sua defesa, ele agora diz que o mesmo não existiu! Ou seja, Roberto Jefferson é réu e testemunha de algo que ele próprio afirma não ter ocorrido.
No entanto, por ironia do destino, um deputado do mesmo PTB, de São Paulo, acusa e prova a existência do mercado de emendas parlamentares entre deputados estaduais e prefeitos, na legislatura passada dentro da Assembléia Legislativa de São Paulo (ALESP). Ele afirma categoricamente: ongs e similares, prefeitos, vereadores, deputados, secretários operam, há muito tempo, esquemas nada republicanos de emendas negociadas com o governo tucano de São Paulo.
A “imprenÇa” foi obrigada a noticiar o fato. Mas não com a ênfase e com a maestria que dedicaram ao “mensalão”. Isso porque o governo em questão é o do PSDB de São Paulo, que há 17 anos manda no Estado e na ALESP.
Registramos aqui dois bons temas:
* O moralismo seletivo das “folhas”, “estadões”, “vejas” e similares
* O sistema podre que faz faz prefeitos mendigarem emendas, empresários pagarem “pedágio” a políticos, deputados, secretários e outros agentes públicos se chafurdarem na pocilga da corrupção, deve ser superado. Qual a saída: radicalizar a experiência do Orçamento Participativo.